domingo, 19 de setembro de 2010

Crítica Estética


Peça: Maiô     

As primeiras roupas de banhos aparecem nos livros de moda datadas por volta do século XIX e eram túnicas feitas de material quente como a lã e a sarja. Esses trajes tornavam-se pesados quando molhados. Foi no século XX, em 1920 que uma empresa Americana produziu a primeira roupa de banho de malha elástica e a nadadora Annette Kellerman popularizou a nova peça. Até a década de 50 o maiô sofreu poucas mudanças, essas foram mais nos materiais do que nos modelos. A partir desta década o maiô passou a ter um caráter mais modelador, tornando-se até certo ponto desconfortável.
Mesmo com o surgimento do biquíni há 64 anos, o maiô não perdeu o seu lugar no guarda- roupas e no desejo feminino. É uma peça que agrega valores emocionais quando disfarça imperfeições ou até mesmo trazendo um ar de sofisticação.
Com a especialização dos profissionais de moda e com o avanço tecnológico, o maiô deixou de ter apenas o caráter funcional e de ser associado a pessoas de idade mais avançada e mulheres acima do peso. Com design mais arrojados e com foco em detalhes como pedraria, metais, couro, e modelagem mais elaborada (decotes e fendas mais ousados, amarrações, drapeados, etc), ele evoluiu para além das roupas de praia. Tornou-se uma peça versátil que pode ser combinada tanto com uma canga, um short ou até com uma calça ou saia, indo da praia a rua, das areias para as festas.

Todas essas modificações e adequações de uma peça de vestuário, que mexe tanto com a vaidade e a auto-estima feminina, demonstram como a estética vai sendo alterada e reconstruída a partir de novos parâmetros sociais e novas possibilidades. O maiô atravessou gerações e foi se reinventando para se adequar as exigências de uma sociedade que se altera constantemente, principalmente quando se fala de culturas não-engessadas, ou ainda, ocidentais. Alterações físicas do corpo feminino e da própria maneira de pensar das mulheres foram repassadas ao maiô e este remodelado para não cair no esquecimento ou desuso.