quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Crítica Estética





Segundo o pensamento de Aristóteles, a beleza é propriedade do objeto. O objeto não precisa está inserido em nenhum contexto de supremacia ou de beleza absoluta, basta ter certa harmonia, observando sempre a proporção e medidas. Partindo desta afirmação de Aristóteles, entendemos que na imagem, o vestido Dolce & Gabbana preto e transparente isolado possui beleza, assim como as duas peças vermelhas usadas em outra circunstância. Porém usadas em conjunto como propõe Anna Dello Russo, editora da Vogue japonesa, também exprime beleza. Beleza a partir de uma harmonia entre as peças e a atitude da modelo que ao usar tal combinação nos passa coragem, grandeza e superioridade. Em um primeiro momento a imagem nos causa estranheza e desconforto, mas se observada do ponto de vista do isolamento dos objetos, percebendo a proposta.
Se a análise for feita sob a luz do pensamento de Platão, poderíamos entender que a editora estava propondo uma ligação do físico e alma. Aquele sentimento de supremacia do mundo das ideias e de sua comunicação com a Beleza absoluta. Percebemos uma mulher exibindo suas formas sem ser erótica e com um clima etéreo e superior; quase uma alegoria.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

QUADRO COMPARATIVO IMAGEM ANTIGA/IMAGEM CONTEMPORÂNEA

IMAGEM CONTEMPORÂNEA
Linhas orgânicas no tecido Jacquard da almofada e estofado, no bule, e nos cabelos, as formas geométricas no xadrez da camisa, no listrado da blusa, na meia calça, no formato em círculo do pirex e xícara.

Cor ocre no estofado e algumas partes da almofada

Organização/configuração na simetria, harmonia, proporção, grandeza, equilíbrio e movimento.

Materiais na madeira do móvel, metal do bule, cerâmica ( porcelana) na xícara e no pirex.

Texturas em baixo relevo no tule e nas plumas, na meia calça, tecido estofado e almofadas, anarruga no tecido blusa xadrez.

Funcionalidade como propaganda, idealismo como idéia.    



Coleção inverno 2010 – LILICA RIPILICA
publicada na revista Vogue kids/junho/2010 


IMAGEM ANTIGA
Linhas orgânicas nas paredes, no tapete e nos babados, formas no quadrado do espelho, no listrado do vestido e círculo nas louças.

Cor ocre na parede e no tapete, off White nas roupas e mesa(toalha e louças)

Organização/configuração presente na simetria, proporção, harmonia, movimento e grandeza.

Materiais leves nos tecidos dos babados e em alguns vestidos, metal na cadeira de criança.

Textura em baixo relevo no tapete, drapeado nas pregas e franzidos dos vestidos.


Idealismo, ideal de representar um lanche com crianças.




 "TeaParty”, National Portrait Gallery Inglaterra, c 1880, retirado do livro História da Beleza – organização de Umberto Eco





segunda-feira, 4 de outubro de 2010

RESUMO DO CAP. V - TEORIA PLOTÍNICA DA BELEZA

Teoria plotínica da Beleza



Plotino e Aristóteles
O fundamento da visão de Plotino sobre a Beleza é platônica como também parte de uma crítica a Aristóteles. Para Plotino, a Beleza não podia consistir na harmonia das partes do objeto estético como pensava Aristóteles.
Beleza do Simples?
A única maneira de vermos a simplicidade total em matéria de cor: era se só existisse uma cor, no mundo. Para o homem, não existe nem existirá jamais nada que seja  esteticamente apreciável como “simples”, como puro e uno.
Para Plotino que ao comparar a Beleza com música, diz que, ao ouvirmos uma música, não é somente o todo da sonata ou da sinfonia que nos agrada; é cada som isolado, isto é, cada parte do objeto estético musical inteiro, é belo.
Influência Platônica em Plotino
Plotino envereda por um caminho neoplatônico ligando novamente a beleza das coisas terrestres à participação numa Beleza absoluta, isso para enfrentar o impasse que segundo ele próprio via o pensamento aristotélico.
A Influência de Platão é evidente em Plotino através das palavras assim como o caráter de êxtase e arrebatamento místico ligado a Beleza.
Artes Visuais, Auditivas e de Ação 
Alguns estetas modernos, tentando classificar as Artes, partem dos sentidos estéticos por excelência, a visão e a audição. As artes são classificadas em visuais, como a Pintura, e auditivas, como a Música.  No caso de um cego ele jamais poderá fruir da beleza de um quadro, e um surdo total também nunca poderá fruir a beleza de uma sonata. Existem ainda Artes como a Poesia ou o Romance sendo mais intelectuais e de ação. Plotino percebeu que os dois sentidos estéticos por excelência eram a visão e a audição.
Plotino e Kant
Para Kant, além da inteligência e a vontade, existe uma terceira faculdade, apta a julgar da Beleza.  É o juízo de gosto, que Kant afirma ser governado pela sensação de prazer e desprazer, dominado pela imaginação livre, aliada, talvez ao entendimento. Plotino antecipou este pensamento à Kant.
A identificação entre Beleza e Bem é platônica, mas Plotino não deixou de afirmar, pelo menos, a necessidade de estudar o Feio e o Mal, mesmo que ele da primazia hierárquica à Beleza e o Bem.
Plotino, Hegel e Maritain
Plotino resolve o problema do prazer estético de modo inteiramente diverso. Para ele, a alegria que a alma sente diante de uma obra origina-se do fato de que, diante dela, nós sentimos que estamos diante da chispa de outra alma humana.
O pensamento estético de Plotino influenciou todo o pensamento primitivo medieval e os escoláticos; Santo Agostinho e Santo Tomás trazem sua marca, indiscutivelmente.
Plotino e Bergson
Foi Bergson quem revalorizou, modernamente, o “conhecimento místico”, reconhecendo que os místicos cristãos, como Santa Tereza e São João da Cruz, colocavam-se diretamente em contato com aquilo que a intuição buscava.
A Duas Definições da Beleza
Para Plotino, a “Beleza não é uma harmonia, é uma luz que dança sobre a harmonia”, é a idéia de Platão, do esplendor, do brilho da Beleza.  A natureza desta luz para Platão acentuara que ela era o reflexo da Beleza Absoluta, fazendo brilhar os seres terrestres, fossem ele da Natureza ou da Arte. Plotino define a Beleza como uma luz que dança sobre a harmonia, tentando como que uma primeira síntese entre a luz platônica e a harmonia aristotélica.

sábado, 2 de outubro de 2010

Teoria Aristotélica da Beleza

               A Beleza como Harmonia e Proporção            
 
    
Aristóteles abandona o idealismo platônico, no que se refere à Beleza como em outros campos, de acordo com seu pensamento a beleza de um objeto não depende de sua maior ou menor participação numa Beleza suprema, absoluta, subsistente por si mesma no mundo supra-sensível das Essências Puras. Ocorre apenas de certa harmonia, ou ordenação, existente entre as partes desse objeto entre si e em relação ao todo.
Para Aristóteles além da forma especial de Beleza que mais interessava aos Gregos, o Belo, ainda exigia mais outras características, entre as quais as mais importantes eram certa grandeza, ou imponência, e, ao mesmo tempo, proporção e medida nessa grandeza.
Para Aristóteles as características essenciais da Beleza seriam a ordem, ou harmonia, assim como a grandeza, também influenciada pelo conceito grego de Beleza, ele se preocupa com a medida e a proporção.
Unidade e totalidade é uma referência à harmonia das partes de um todo na qual veio aportar na célebre fórmula dos Aristotélicos: “A Beleza consiste em unidade na variedade”.
A visão aristotélica do mundo é fundamental para se entender sua idéia da Beleza. Para Aristóteles, o mundo, vindo do caos, passou a ser regido por uma harmonia, mas é como se ainda restassem vestígios da desordem, é como se o mundo e os homens estivessem numa luta constante para levar adiante a vitória incompleta da harmonia sobre o caos.
O Conflito entre a Harmonia e a Desordem
Aristóteles admitia a desordem e a feiúra como elementos aptos a estimular a criação da Beleza, através da Arte. Ele teve grande uma grande contribuição para a Estética, sendo uma a de retirar a Beleza – considerada nos objetos sensíveis – da esfera ideal em que a colocara Platão, tentando, encontrar sua essência nos próprios dados das coisas.
Os pensadores antigos excluíam o Feio de suas cogitações sobre a Beleza e a Arte, considerando-o estranho ao campo estético, já para Aristóteles o feio é encarado com o uma desarmonia, o qual é incluído no campo estético.
Aspecto Subjetivo da Beleza
Não é mais no objeto que ele estuda aí, a beleza, mas sim nas repercussões que ela desencadeia no espírito do contemplador: “Beleza é aquele bem que é aprazível somente porque é bem.” Ou seja, Beleza é o objeto que agrada ao sujeito pelo simples fato de ser apreendido e fruído, claro que o fundamento da filosofia de Aristóteles é realista.
Sua contribuição mais importante quanto a essa parte da essência da Beleza, foi tentar uma definição objetiva de La do ponto de vista realista e sem recorrer à outra coisa para explicá-la que não o próprio objeto.
Pontos Fundamentais do Pensamento Aristotélico.
Pode-se dizer que para Aristóteles a Beleza é uma propriedade do objeto e consiste, principalmente quando aparece como Belo, na harmonia das partes de um todo que possua grandeza e medida. Sendo as três características principais da Beleza: harmonia, grandeza e proporção. A fórmula que traça as fronteiras da Beleza é a “unidade na variedade”.

Sob o ponto de vista da contemplação do sujeito, a Beleza é aquele bem que é aprazível porque é bem. A arte não é uma forma de conhecimento, a não ser que se entenda o conhecimento, aqui, como aquilo que os estetas modernos chamam de “conhecimento poético”. O mundo é regido por uma harmonia que se reencontra na Arte e no conhecimento

QUADRO DE VALORES ESTÉTICOS CLÁSSICOS

                              
    Forma    
     Cor
     Material
     Textura
        Leis
    Temas  
Configuração/Organização
Geométricas
Naturais (Madeiras,
Metais, pedras preciosas
Leveza
Drapeado
Pitágoras
Naturalismo
Simetria (peso da Imagem)
Quadrado
Ocres
Cerâmica
Alto relevo
Seq. Áurea
Antropomorfismo
Medidas







Círculo
Preto
Mármore
Baixo relevo
Fibonacci
Idealismo
Proporção







Orgânicas
 Off - White
Metal


Mundo das Idéias
Harmonia








Metais



Beleza espiritual
Grandeza

Madeiras



Funcionalismo
Equilíbrio

Pedras Preciosas



Beleza como Esplendor
Leveza






Movimento